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abril 18, 2017

Visualização da informação: uma breve introdução

Visualização da Informação Portal do Bibliotecário

Excelente artigo da Mirian Clavico Alves sobre uma área de pesquisa relativamente antiga mas que com as novas ferramentas de análise de dados se torna totalmente nova.

A área de pesquisa visualização de informação (Information Visualization) estuda a maneira como as representações visuais podem ser implementadas com o auxílio da tecnologia da informação e comunicação (computadores e softwares), procurando auxiliar e facilitar o processo de cognição. Nesse sentido as pesquisas em visualização de informação indicam que, para dar sentido aos dados, visando a tomada de decisões mais racionais e sustentáveis, se faz necessário conhecer e aplicar as regras da visão.

É possível afirmar que, 90% das análises de dados realizadas pela maioria das organizações, poderiam ser elaboradas usando um simples conjunto de competências, pois requerem apenas uma compreensão básica de um conjunto de regras da visão para explorar os dados e descobrir padrões significativos. A visualização de informação contribui para o sucesso da comunicação, quando as suas ferramentas e processos estão alinhados com os pontos fortes da percepção visual humana e da cognição nos permitindo identificar relações, padrões, tendências e exceções, ou seja, a visualização de informação também deve estar embasada em uma compreensão de como as pessoas pensam; só então, visualizações poderão apoiar as operações cognitivas que darão sentido à informação, portanto, ao desejar exibir informações de uma forma que permita fazer sentido, é preciso entender e seguir as regras da visão relacionadas abaixo para que se obtenha sucesso no processo de comunicação.

a) Forma: comprimento, largura, tamanho. Estas formas são muito usadas para representar e comparar facilmente valores. O mais comum são os gráficos de barras/colunas, que usam as colunas (comprimento vertical) ou as barras (comprimento horizontal) para representar valores. Outro exemplo, são gráficos de caixas que são usados para exibir a distribuição de todo um conjunto de valores do menor para o maior, juntamente com pontos significativos no meio, tais como a mediana (valor médio). Nos gráficos de rede a largura das linhas representa a quantidade das conexões. Já os “mapas de árvores” ou “treemaps”, podem mostrar duas variáveis quantitativas simultaneamente: uma representada pelo tamanho de cada elemento e outra representada pela cor (intensidade), no entanto, mapas de árvores não foram projetados para suportar comparações quantitativas precisas como os gráficos de barras, mas, é um tipo de visualização que pode exibir o máximo de itens hierarquicamente estruturados de uma só vez. Ou seja, a forma é utilizada para organizar dados, do maior para o menor, assim como para representar valores quantitativos.

b) Cor: colorido/tonalidade, intensidade (fraco/forte). A cor está entre as regras da visão mais fáceis de se perceber. Percebe-se a cor não em termos absolutos, mas a diferença entre a cor focada e a cor ao redor. Em muitos gráficos, tais como os de dispersão, os de barra e os de linha pode-se usar, por exemplo, tons (tonalidade da cor = maior/menor, intensidade da cor = maior/menor) para associar objetos (barras ou linhas) e categorias específicas. Um outro exemplo, é o uso do “mapa de calor”, que codifica valores em um mapa geográfico, em que as cores são usadas para representar variações de temperatura ou de precipitação;

c) Posição espacial: posição 2-D/localização, agrupamento espacial. A posição é percebida quantitativamente com alto grau de precisão por representar com muita clareza a informação: maior/menor que está relacionada ao agrupamento espacial de dados (posição horizontal ao longo do eixo-X e posição vertical ao longo do eixo-Y). A localização nos permite ver padrões, tendências e exceções, pois facilita a comparação de um valor com outro simplesmente porque os valores estão próximos. Os dados também podem ser representados através de posições 2-D por meio de objetos simples (pontos, praças, triângulos, e assim por diante) para codificar os valores. Por fim, linhas que usam as posições 2-D de pontos conectados também podem ser utilizadas para dar forma a uma série de valores;

d) Movimento: direção. Ao observar a direção dos dados em uma imagem, é possível acompanhar suas mudanças e alterações. Por exemplo, no caso de valores quantitativos que foram alterados durante um período contínuo de tempo, o gráfico de linha torna visível o fluxo sequencial desses valores e como eles mudam com a passagem do tempo. Por sua própria natureza, uma linha traça claramente a conexão de um valor para o próximo e através de sua inclinação exibe a extensão e a direção da mudança. Já o gráfico de dispersão, por exemplo, permite observar valores durante um período de tempo que tendem a mover em uma direção similar ou em uma direção diferente, movendo-se para cima, da esquerda para a direita (correlação positiva), para baixo, da esquerda para a direita (correlação negativa). Há outros tipos de gráficos, como por exemplo, o Gapminder, que viabilizam utilizar a regra do movimento, pois trata-se de um gráfico dinâmico.

Fonte: [1]