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junho 25, 2015

Classificação e linguagens documentárias: uma introdução

Tem-se como premissa que a especificidade da Ciência da Informação é atuar como mediadora entre a informação e o indivíduo, este, um usuário ativo ou potencial da informação. Para que a mediação da informação possa ocorrer, possibilitando a apropriação da informação por parte do indivíduo, exigem-se dois requisitos: que a informação esteja registrada na forma de documentos e que estes documentos tenham sido organizados.

Sendo a apreensão uma produção de sentido construída culturalmente por parte do indivíduo, requer organização da informação a partir da qual tem-se a oferta de conteúdos e mecanismos adequados para acesso. Neste sentido, cabe ressaltar que a área de Organização da Informação se constitui em um dos pilares da Ciência da Informação, abrangendo diversas atividades documentárias. Essas atividades documentárias se desdobram em operações documentárias, que, para sua execução, lançam mão de instrumentos documentários, visando alcançar como resultado, os produtos documentários. Dentre as principais operações documentárias, está a classificação que, com o objetivo de criar classes de documentos, utiliza as linguagens documentárias como instrumento.

A classificação

Em sua busca por compreender a realidade, o homem articula, organiza e sintetiza as informações em um processo mental que reflete sua interpretação da realidade. Em um processo cognitivo, são estabelecidas classes ou categorias de coisas, seres ou pensamentos, que utilizando as categorias como princípio fundamental para a divisão e classificação, permite reuni-los segundo suas semelhanças ou diferenças, estabelecendo algum tipo de relação entre eles.

As linguagens documentárias

As linguagens documentárias são os instrumentos utilizados pela área de Organização da Informação para controle terminológico no processo de representação e recuperação temática da informação. Consistem em um sistema de signos, formado por um conjunto limitado de termos extraídos de linguagens de especialidade e de linguagem de uso corrente.

As linguagens documentárias são artificialmente construídas e, embora partam da linguagem natural e estabeleçam com ela uma relação simultânea de aproximação e distanciamento, delimitam a significação dos termos e assim reduzem a ambiguidade para fins de recuperação da informação.

A comunidade usuária de serviços de informação é formada por grupos com interesses específicos e fontes de informação próprias. A eficiência alcançada com o uso de linguagens documentárias depende de seu grau de adequação à literatura tratada e aos objetivos dessa comunidade. Para integrar o usuário como participante do processo, as linguagens documentárias devem utilizar referências de linguagem e de significado, que sejam razoavelmente compartilhadas. As linguagens documentárias não devem resultar de convenções arbitrárias ou de preferências individuais, mas se constituírem em fruto de uma análise das características ou traços em relação ao domínio considerado.

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