Partindo da premissa que a informação sempre foi importante no desenvolvimento sociocultural da humanidade, mas ganha nova relevância na sociedade contemporânea, traduzindo-se em números expressivos de produtos e serviços ligados à sua produção e difusão. Mas não se pode negar que o fenômeno da informação foi se tornando mais presente em nossas vidas, e sua área de ação e atuação foi crescendo cada vez mais, até sua identificação com a sociedade contemporânea, qualificada como “sociedade da informação”.
Na verdade, o que caracteriza a atual revolução promovida pelas novas tecnologias de informação e comunicação não é a sua centralidade na informação e no conhecimento, mas a transformação destes em forças produtivas. Nesse sentido, já em 1975, Wersig e Nevelling falavam da “nova relevância de um fenômeno antigo”. Segundo os autores:
Problemas informacionais existem há longo tempo, sempre estiveram mais ou menos presentes, mas sua importância real ou percebida mudou e essa mudança foi responsável pelo surgimento da ciência da informação, e não apenas dela (WERSIG; NEVELING, 1975 p.127).
Responsabilidade Social
Nesse contexto, um dos objetivos da ciência da informação seria o de contribuir para a informação se tornar, cada vez mais, um elemento de inclusão social, oferecendo oportunidades de desenvolvimento para pessoas, grupos e nações. Dessa forma, haveria uma “responsabilidade social” como fundamento para este campo científico, definindo sua atuação na sociedade. Pois, quando cientistas e profissionais da informação organizam textos ou documentos para atender à necessidade de determinado setor da sociedade, acreditam que essas informações serão úteis para seus usuários potenciais e que, delas, resultarão benefícios para a sociedade.
Nas palavras de Freire, “é no espaço social, político e econômico que ocorre o processo da produção e circulação da informação” (FREIRE, 1998, p.103). Na cadeia de comunicação, há uma fonte geradora [emissor] de informação [um texto e sua estrutura], canais de transmissão [mecanismos] e um usuário [receptor]. Relacionando emissor e receptor, existe a intenção [propósito] de atribuir determinado significado à mensagem transmitida, para que esta possa resultar em ação. Nessa perspectiva, a informação teria o “propósito” de alterar a estrutura cognitiva do receptor, como assinalam Belkin e Robertson (1976), tornando-se conhecimento na medida de sua assimilação pelos indivíduos, como acentua Barreto (1996).
É nesse quadro de referência que Barreto vem a definir informação como “estruturas significantes com a competência de gerar conhecimento no indivíduo, em seu grupo, ou na sociedade” (BARRETO, 1996, p.407). Essas estruturas são organizadas em estoques de informação, os quais necessitam de uma ação de comunicação consentida, na medida em que apenas reúnem, selecionam, codificam, reduzem e classificam informação que pode ou não se transformar em conhecimento. Por sua vez, os estoques são armazenados em agregados de informação, tais como bibliotecas, bases de dados, sites da internet, bem como em linguagens documentárias, programas de computação e comunicação de dados e outros mecanismos que possibilitam o processamento, a estocagem, a distribuição e a comunicação da informação. Em outras palavras, tudo que possa intermediar o encontro da informação [estruturas significantes] com o indivíduo [usuário], concorrendo para transformar sua estrutura cognitiva e produzir conhecimento proveitoso para si mesmo e para o ambiente onde vive.
Fonte: [1]
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