Você concordam que estamos um pouco perdidos em relação a nossa profissão? Vejo muitas discussões em algumas páginas do Facebook e com colegas de profissão na vida real. Muitos reclamam dos Conselhos, de má fiscalização, do não cumprimento da legislação, entre outros problemas. Mas o denominador comum é: a culpa é sempre de um terceiro. Então me pergunto, o que nós bibliotecários podemos fazer? Será que somos tão carentes a ponto de necessitar que os outros reconheçam a nossa importância na sociedade? A nossa profissão vai existir daqui a 50 anos? Fico imaginando que com os avanços das tecnologias de informação, bibliotecários não serão mais úteis. Talvez tenhamos que aprender um novo ofício ou redirecionar nossas carreiras. O que vocês acham? Convido todos para essa discussão nos comentários.
Nossa profissão vem passando, nos últimos anos, por grandes transformações. Estas transformações estão intimamente ligadas à revolução tecnológica que vem acontecendo atualmente. Na realidade, é cada vez mais evidente que o acesso à informação, a sua difusão e a sua livre circulação são elementos essenciais em todos os aspectos da vida humana.
No conjunto destas mudanças, o profissional da informação vem se diversificando a cada dia com novas atividades acrescidas ao seu processo de trabalho, atividades estas que demandam maior envolvimento intelectual. Este profissional têm à sua frente o desafio de colocar uma nova dimensão ao problema informacional. Isto significa entender os novos papéis que surgem, as novas necessidades informacionais e as novas formas de responder a estas necessidades criando novos métodos e formas de trabalho.
As transformações que estamos vivenciando – na profissão e nas unidades de informação, no contato com os usuários – reforçadas e impulsionadas pelas novas tecnologias e, principalmente, pela Internet representam um desafio sem precedentes. Além de trabalharmos em bibliotecas sem muros, cada vez mais conectados com o mundo, com todos os setores das instituições onde trabalhamos e com outras unidades de informação –
estabelecendo redes formais ou informais – nossa valorização profissional depende da nossa capacidade de ter curiosidade, de estar em contato com outros profissionais e, principalmente, de não ter medo de inovar.
O mundo globalizado exige profissionais cada vez mais qualificados, com habilidades para tomar decisões e bem se relacionar. Os profissionais e as unidades de informação são levados, cada vez mais, a participar ativamente do fluxo internacional de informações. Esta participação se efetua através da prestação de serviços a usuários virtuais que podem estar localizados em qualquer lugar do planeta. Para tal, cada unidade deve ter seus produtos e serviços acessíveis de forma que esta informação possa circular livremente no ciberespaço. Este acesso crescente e massivo do número de usuários remotos exige que as unidades de informação mudem seu foco de ação.
Em contrapartida, profissionais e unidades de informação se beneficiam e utilizam serviços provenientes deste fluxo internacional. Esta participação num sistema mundial interligado em grandes e pequenas redes de comunicação e de contato é a essência da sociedade da informação. Neste sentido é fundamental que as bibliotecas compartilhem seus serviços colaborando, desta forma, num sistema global de informações. Estas mudanças de foco, de estratégias, de pontos de vista significam mudanças de mentalidade.
Como nossa profissão é uma profissão essencialmente social, uma profissão de mediação e de contato, de “fazer com o outro” de fazer para o outro, o bibliotecário só tem a ganhar com a colaboração com outros profissionais. Esta tendência de trabalho interdisciplinar é uma tendência mundial. Tudo indica, e esta é uma visão pessoal desta realidade, que esta maior visibilidade do bibliotecário tem levado os profissionais de outras áreas a uma maior curiosidade com relação ao nosso fazer.
Somos profissionais que lidamos com o bem mais precioso do momento – a informação. Neste sentido, nosso papel como profissionais é fornecer a informação certa, no momento certo para a pessoa certa. Isto significa dar aos cidadãos informações sobre os seus direitos e deveres, aos estudantes informações que possibilitem a realização de suas pesquisas, que esclareçam dúvidas, que despertem a curiosidade. É bom lembrar que as necessidades de informação das pessoas são dinâmicas, estão em mutação constante. Elas variam com o tempo, conforme as atividades exercidas e os interesses de cada pessoa em um determinado momento.
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