Conceito
Biblioterapia é um termo derivado das palavras latinas para livros e tratamento, Biblio é a raiz etimológica de palavras usadas para designar todo tipo de material bibliográfico ou de leitura, terapia significa cura ou restabelecimento, (em grego: θεραπεία) significa tratamento médico para uma determinada doença, por vezes fora da chamada medicina tradicional, tratamento cuja finalidade é curar ou aliviar um estado deteriorado, para que o funcionamento normal do organismo se restabeleça.
Outras definições
Para Buonocori (apud ALVES, 1982, p. 55) é “a arte de curar enfermidades por meio de leitura”. Já, Tews (apud ALVES,1982, p. 55) define como sendo “um programa de atividades selecionada envolvendo materiais de leitura planejado, conduzido e controlado para tratamento, sob orientação médica, de problemas emocionais”. Segundo Katz (1992, p. 173), biblioterapia “é o uso dirigido da leitura, sempre com a intenção de um resultado terapêutico”.
Para Ratton (1975, p. 206), “A adaptação à vida hospitalar é auxiliada pela participação em grupos de leitura que visam promover o contato entre pacientes e proporcionando-lhes oportunidade de comunicação”.
Segundo Alves (1982, p.57), “Na medicina, o livro pode ser muito útil como fonte de recreação para pessoas hospitalizadas ou para informação sobre tratamentos especiais ou cirurgias a que tenham que se submeter”.
Atuação do Bibliotecário
Por volta de 1904, a biblioterapia, como prática empírica, passou a constituir em disciplina do campo da Biblioteconomia, tendo sido bastante utilizada nas bibliotecas públicas e em bibliotecas de hospitais. De acordo com Pereira (1996, p.38), esta prática floresceu “durante a primeira guerra mundial, quando bibliotecários leigos, notadamente da Cruz Vermelha, ajudaram a construir rapidamente bibliotecas nos hospitais do exército”. A pesquisa comprovando a leitura como recurso terapêutico, entretanto, só foi discutida cientificamente em 1949 por Caroline Shrodes, em sua tese de doutorado intitulada “Bibliotherapy: a theoretical and clinicalexperimental study”, defendida na Universidade de Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos. Por volta dos anos 1950, esta comprovação estava ratificada em cerca de 401 artigos publicados em periódicos considerados científicos, percebendo-se aí a consolidação da biblioterapia. As discussões em torno da biblioterapia continuavam em pauta e a American Library Association (1957) criou um comitê destinado a cuidar destas questões – American Library Association Biblioterapy Committee. Segundo Pereira (1996), este comitê coordena uma pesquisa mostrando a natureza e a extensão da atividade biblioterapêutica desenvolvida no Hospital Libraries Division.
Referências
Bahiana, Neiva Dulce Suzart Alves. A utilização da biblioterapia no ensino superior como apoio para a auto-ajuda: implementação de projeto junto aos educandos em fase de processo monográfico. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação, Campinas, v. 7, n. 1, p. 65-79, jul./dec. 2009.
SEITZ, Eva Maria. A biblioterapia na humanização da assistência hospitalar do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v. 9, n. 2, p. 145-169, jun. 2008.
PINTO, Virgínia Bentes. A biblioterapia como campo de atuação para o bibliotecário. Transinformação, Campinas, v. 17, n. 1, p. 31-43, jan./abr. 2005.