Bibliotecários, não existe mais emprego para a vida toda

Precisamos nos preparar para essa nova era, onde não há empregos para vida toda, onde as pessoas não se aposentam mais, onde bater ponto, cumprir uma carga horária específica em um local específico está acabando. Vimos que bibliotecas estão fechando na Inglaterra, um dos países mais desenvolvidos do mundo. “Ah! Mas isso aqui é Brasil, vai demorar ou nem vai acontecer aqui” Será? Vejam a quantidade de pessoas com ideias boas empreendendo, buscando  novas formas de viver. Acredito que essa era está mais perto do que a gente pensa. Vamos nos preparar?

Andre Marquis, professor: ‘Não existe mais emprego para a vida toda’

“Nasci em Edimburgo, na Escócia, mas cresci nos Estados Unidos. Tenho 53 anos. Viajo por todo o mundo, já morei em vários lugares dos Estados Unidos, Filadélfia, Boston e São Francisco, mas nunca morei em outro país. Trabalho no Centro Lester para o Empreendedorismo, na Universidade da Califórnia, em Berkeley.”

As habilidades que temos que ensinar aos empreendedores, e o processo pelo qual precisamos fazer com que eles passem, são completamente diferentes de como treinamos administradores tradicionais. Uma empresa grande executa um modelo de negócios conhecido. Numa startup, você não sabe qual o modelo de negócio. Seu consumidor vai ser online? Ou você vai negociar com ele diretamente? Vai pagar em dinheiro? Ou você vai ter que criar um novo mecanismo de pagamento? São muitas perguntas. E isso é bom? Sim, porque tudo gira em torno de aprender. É diferente do modelo de uma universidade, onde os estudantes aprendem com os professores. Em nosso programa, os professores aprendem com os alunos, porque os alunos estão no mundo real, conversando com consumidores, sabendo quais são os seus problemas, o que os leva a pensar em oportunidades de negócios.

E o que os alunos ensinam?

Os alunos precisam sair, conversar, entender os problemas das pessoas, saber quais são importantes e se a sua ideia de negócio pode resolvê-los. Porque é para isso que pagariam. O problema dos empreendedores é que se apaixonam pelas próprias ideias. Você precisa se apaixonar pelo consumidor, não pela sua ideia.

Nosso trabalho, como professores, é fazer as perguntas certas. Chamamos isso de sala de aula invertida. O aprendizado ocorre fora da aula. E a troca , dentro da sala. Por que vocês deixaram de ensinar um plano de negócios? A característica mais importante para um empreendedor é lidar com a incerteza. Seu mentor pode dar um conselho, nós daremos outro, e o consumidor dirá algo diferente. E, como empreendedor, você precisa encontrar uma forma de aprender, ir em frente, tomar a decisão certa por conta própria. Não podemos dar a resposta certa.

Como ensinam os estudantes a lidar com o fracasso?

Nós chamamos de aprendizado, não de fracasso. A lição mais importante é que a maior parte das ideias de startups são ruins. Mas, se você conseguir testá-las de forma rápida e barata, não perde o seu tempo. Histórias como a da Apple criaram um mito da empresa de garagem. Esse mito é real? É real. A maior parte dessas startups vem de uma garagem ou um laboratório. O fato de você poder fazer esses testes de forma rápida, com apenas algumas pessoas no início, é o fato mais importante. Todas essas ideias foram testadas em uma escala pequena.

Qual o perfil dos alunos de empreendedorismo?

Nem todos deveriam ser empreendedores. Empreendedores gostam de resolver problemas, estão dispostos a enfrentar todas as dificuldades. Engenheiros e cientistas são resolvedores de problemas naturais e, por isso, grandes empreendedores. A ideia de passar a vida toda numa empresa acabou? Não existe mais emprego para a vida toda. Pode ser estressante, mas é o mundo real. Uma pesquisa nos EUA disse que os estudantes terão, em média, seis carreiras diferentes. Criei oito empresas, já estou à frente (risos). E o que aprendeu? O mais importante é que você precisa testar mais antes de deixar seu emprego. Descubra se há uma oportunidade real. O empreendedorismo é arriscado, e você precisa ter o menor risco possível. Próxima Andre Marquis, professor: ‘Não existe mais emprego para a vida toda’

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