Você já ouviu falar sobre a denominação “bibliotecário incorporado”? A equipe de uma biblioteca é a chave para um salto qualitativo, que acompanhe o processo de mudança contínua no qual as unidades de informação estão imersas.
Atualmente, não é tão necessário o trabalho do bibliotecário em determinadas tarefas técnicas, automatizadas pelas novas tecnologias. Portanto, são fundamentais profissionais de informação proativos, com uma ampla visão, com competências cada vez mais variadas, conhecimentos temáticos e um claro compromisso com a excelência do serviço.
Bibliotecário Incorporado
Esse profissional tem sido chamado, por alguns autores, de “bibliotecário incorporado” (embedded librarian), na medida em que está envolvido nos processos da instituição e com seus pesquisadores. Segundo Torres-Salinas:
quando falamos de embedded librarian, nos referimos, portanto, a um bibliotecário que irá adicionar novas habilidades, desfrutando de maior especialização temática e científica; ele se adapta aos seus grupos de trabalho específicos, sai das fronteiras da biblioteca, desempenhando sua atividade em vários escritórios-satélite, e cuida de tarefas que antes só eram realizadas pelos pesquisadores. É, por conseguinte, um profissional híbrido, pesquisador/bibliotecário, que não apenas trata de alfabetizar informacionalmente os usuários, mas também pode, ele mesmo, fazer e resolver as coisas diretamente (Torres-Salinas, 2011, p. 50).
Perfil Profissional
Esse bibliotecário integrado busca melhorar a produtividade do erudito, formar os estudantes e atuar em todo o ciclo de vida do ensino e no processo de aprendizagem da pesquisa (Jaguszewski e Williams, 2013). Didac Martinez (2013, p.11), bibliotecário da Universidade Politécnica da Catalunha, indicou as habilidades possuídas pelo bibliotecário integrado. Entre estas, destacam-se as mais novas:
- encontrar informação significativa para a tomada de decisão,
- antecipando as necessidades e evitando dificuldades, e
- ter a cultura e a visão holística dos problemas.
Da mesma forma, os bibliotecários da Universidade Aberta da Catalunha (Riera-Quintero, Padrós-Cuxart e Zuñiga-Ruiz, 2012, p. 6-7) delinearam o bibliotecário de pesquisa, identificando suas habilidades profissionais tradicionais e habilidades específicas, relacionadas com o apoio à pesquisa. Estas últimas seriam dadas pelas seguintes áreas:
- recursos de informação especializados;
- setor editorial;
- critérios de indexação de revistas;
- bibliometria;
- Current research information system – Cris; e
- processos de avaliação de qualidade da pesquisa.
Além disso, eles enfatizam a importância de habilidades de comunicação e em TI, ao oferecerem seus serviços virtualmente; e de habilidades em redes sociais.
Habilidades Necessárias
Finalmente, devemos mencionar o relatório das Bibliotecas de Pesquisa (RLUK – em inglês, Research Libraries UK), do Reino Unido – Re-skilling for research: an investigation into the role and skills of subject and liaison librarians required to effectively support the evolving information needs of researchers (Auckland, 2012) –, em que são identificadas e descritas 32 habilidades desse profissional. Destas, destacam-se as seguintes:
- o conhecimento em profundidade da disciplina do pesquisador e da informação mais relevante publicada;
- a capacidade de estabelecer relações fortes com os membros da equipe de pesquisa;
- o concebimento de atividades de alfabetização informacional;
- tornar-se um especialista em comunicação científica, financiamento, direitos de autor etc.;
- o domínio das ferramentas de referência bibliográficas e da web 2.0;
- e o conhecimento de metadados e sobre o gerenciamento de dados de pesquisa.
Fonte: [1]