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Março 12, 2018

Dia do Bibliotecário

Quando converso com meus amigos bibliotecários sobre a nossa profissão costumo dizer: nosso trabalho, do jeito que é hoje, não vai mais existir no futuro. Acredito que não vai demorar muito para todos os serviços de informação serem automatizados. O processamento técnico não vai ser mais necessário. A indexação vai ser automática e em linguagem natural. Acredito que a denominação “bibliotecário” vai deixar de existir. A informação já está a um clique de distância. Para onde vamos então?

Na minha humilde opinião, nosso futuro está nas interações humanas. Quando a máquina não conseguir resolver o problema de alguém, nós vamos ser os agentes que vão encontrar possíveis soluções. Criatividade, empatia e comunicação são características que vamos ter que incorporar para continuar vivos no mercado de trabalho.

Levar a informação para o usuário antes mesmo que ele saiba que precisa daquela informação. Parece filme de ficção científica. Hoje produzimos tantos dados e informações todos os dias que as máquinas conseguem fazer o cruzamento dessa salada de números e letras e sair com relatórios incríveis sobre nosso comportamento, hábitos e relações.

Estudos indicam que muitos ofícios vão se tornar obsoletos em pouco tempo. Indicam que os seres humanos em geral devem se preparar para um mundo em que não será mais necessário se quer trabalhar. Já pensou? Acordar todo dia e ter que apenas… existir. Pode parecer um sonho, mas se pararmos para pensar, isso pode ser desesperador.

Precisamos produzir, pensar, executar. Se não no trabalho onde mais vamos fazer essas coisas? Quando penso em futuro, lembro de Black Mirror, De volta para o Futuro, Inteligência Artificial, Star Wars, Matrix. Temos várias referência de como será a vida no futuro. Em todas elas, fica evidente a importância das relações humanas.

Desejo que todos os bibliotecários reflitam hoje, e sempre que possível, sobre os caminhos que tomam na vida. Conheço bibliotecários que poderiam ser músicos, atores, engenheiros, médicos, mas escolheram ser bibliotecários. Conheço bibliotecários que caíram de paraquedas no curso e hoje são profissionais excelentes. Mas também conheço um monte de bibliotecário frustrado, se não com a profissão é com o emprego. Bibliotecários infelizes com a remuneração e bibliotecários desempregados.

Em todas as profissões tem gente passando por dificuldades e gente se realizando. O importante é que a responsabilidade que temos como pessoa e profissional recai sobre nós mesmos. Ficar reclamando de desemprego em grupo de facebook não vai mudar nada! Precisamos de mais intenção nas nossas ações. Ficar no automático e esperar que coisas boas aconteçam não vai pagar aquela viagem no final do ano com a família. Precisamos entrar em ação! Precisamos ser responsáveis pelo rumo que damos as nossas vidas.

Feliz dia dos Bibliotecários!

Filipe Araujos Soares

Bibliotecário