Inteligência competitiva: uma introdução

Definições

Pode-se definir a Inteligência Competitiva (IC) como um serviço de inteligência voltado para organizações, uma atividade especializada, permanentemente exercida com o objetivo de produzir informação acionável (Inteligência) de interesse de um determinado ator e da salvaguarda desta informação contra ações adversas de qualquer natureza. Para tanto, deve investigar o ambiente onde a empresa (ou organização) está inserida, com o propósito de descobrir oportunidades e reduzir os riscos, bem como diagnosticar o ambiente interno, visando o estabelecimento de estratégias de ação a curto, médio e longo prazo.

A inteligência competitiva pode se definir, também, como um processo de aprendizado motivado pela competição, fundado sobre a informação, permitindo esta última a otimização da estratégia corporativa em curto e em longo prazo. E, que é um processo contínuo cuja maior complexidade está no fato de estabelecer relações e conexões de forma a gerar inteligência para a organização, na medida em que cria estratégias para cenários futuros e possibilita tomada de decisão de maneira mais segura e assertiva.

Foco

Assim, a IC tem como foco a identificação de vantagens competitivas, a velocidade e objetividade de sua utilização e a simplicidade de seu funcionamento, possibilitando a utilização da informação relevante como insumo fundamental para a proposição de estratégias e para a tomada de decisão.

Outro aspecto relevante da IC é entendê-la como um processo composto, apoiado por elementos essenciais como a cultura e a comunicação organizacional, as atividades de prospecção e monitoramento informacional e as tecnologias de informação e comunicação. Referindo-se, também, a um modelo de gestão sistêmico que se transforma a cada momento, buscando evoluir de um estado para outro supostamente melhor.

Atuação do profissional

O trabalho do profissional de Inteligência envolve a análise de dados, dos resultados. Sendo assim, faz parte das atribuições do profissional de inteligência: a produção de informações que evitem que as organizações sejam surpreendidas; a análise de impactos das informações produzidas sobre o futuro e a proposição de ações; e a produção de informações que auxilie a elaboração do planejamento estratégico da organização e de planos, inclusive os de contingência.

Para tanto, os profissionais de inteligência são treinados para juntar fragmentos de informação e integrá-los para compreender o todo e antecipar as mudanças que ocorrerão no ambiente, evitando que a organização seja surpreendida. O profissional de Inteligência deve alertar sobre a exigência de movimentos consolidados que se estenderão no futuro, podendo trazer oportunidades ou riscos para a organização. Esse processo inicia-se com a identificação das principais questões ligadas a sua área de atuação. Em seguida, devem-se verificar quais as variáveis apresentam comportamento tendencioso, mantendo, assim, a organização informada.

Para entendermos o processo para obtenção de IC pode-se recorrer a sete passos para seu
funcionamento contínuo:

1. Identificar os “nichos” de inteligência internos e externos à organização;
2. Prospectar, Acessar e Coletar os dados, informações e conhecimento produzidos internamente e externamente à organização;
3. Selecionar e Filtrar os dados, informações e conhecimento relevantes para as pessoas e para a organização;
4. Tratar e Agregar Valor aos dados, informações e conhecimento mapeados e filtrados, buscando linguagens de interação usuário / sistema;
5. Armazenar através de Tecnologias de Informação os dados, informações e conhecimento tratados, buscando qualidade e segurança;
6. Disseminar e transferir os dados, informações e conhecimento através de serviços e produtos de alto valor agregado para o desenvolvimento competitivo e inteligente das pessoas e da organização;
7. Criar mecanismos de feedback da geração de novos dados, informações e conhecimento para a retroalimentação do sistema.

Profissionais de inteligência devem:

  • monitorar permanentemente o ambiente;
  • manter redes de especialistas;
  • conhecer os métodos e as “ferramentas” da prospectiva;
  • saber identificar e classificar as sementes de futuro;
  • analisar os estudos de futuro e identificar os impactos na organização;
  • propor ações e construir planos de contingencia;
  • ter conhecimento aprofundado e
  • monitorar sistematicamente os principais agentes de mudança;

Nunca se esquecer de que o futuro é múltiplo e incerto.

Fonte

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