Marketing em Mídias Digitais e suas Aplicabilidades em Bibliotecas
Com a necessidade de se fazerem relevantes para os consumidores, as organizações passaram a adotar posicionamentos estratégicos no mercado aliados ao uso dos meios de comunicação. O Marketing dessa forma surgiu como um processo de trocas, nas quais duas ou mais partes oferecem algo de valor para a outra, com o objetivo de satisfazer necessidade e desejos.
A adoção do Marketing pelas empresas americanas e brasileiras deu-se como consequência da crise de 1929, quando a depressão toma conta dos Estados Unidos, e no Brasil há uma grande queima de café, nosso principal produto de exportação na época.
Marketing em bibliotecas
Desde então, o Marketing vem se adaptando às realidades com que se depara com o passar dos anos, assumindo nuanças e focos mais abrangentes, tanto em termos comunicacionais, como tecnológicos e sociais. E essas realidades não se restringem somente às empresas privadas, mas atingem também as organizações públicas e sociais, como as bibliotecas.
O marketing em bibliotecas já é um tema bastante discutido na Biblioteconomia e Ciência da Informação desde meados do século passado tanto no contexto brasileiro, como no contexto americano, trazendo à tona conceitos como marketing da informação, marketing em unidades de informação, negócio informacional, produtos e serviços de informação, incrementando assim as decisões tomadas em nível estratégico nas bibliotecas.
Marketing em unidades de informação
O marketing em unidades de informação [bibliotecas] pode ser entendido como uma filosofia de gestão administrativa na qual todos os esforços convergem em promover, com a máxima eficiência possível, a satisfação de quem precisa e de quem utiliza produtos e serviços de informação. É o ato de intercâmbio de bens e satisfação de necessidades.
No contexto das bibliotecas então, assim como nas organizações sociais não governamentais, o que está em jogo não é o retorno financeiro sobre o investimento nas estratégias do marketing comercial, mas é, como na proposta do marketing social, a mudança social, a geração de um benefício à sociedade pela promoção de uma causa, ideia ou comportamento social, ou seja, o acesso universal à informação e o incentivo à leitura.
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Mídias digitais
Deve-se ir além do marketing tradicional “para alcançar os níveis avançados de potenciais utilizadores, [tornando-se] imperativo fazer uso das mídias sociais, novos aplicativos, site e tecnologias para efetuar o marketing da informação de acordo com o perfil de seus usuários. Exemplos disso são as iniciativas de marketing em mídias digitais, muito comum no que é chamado de Marketing 3.0. Kotler, Kartajaya e Setiawan destacam três “[…] grandes forças que moldam a paisagem de negócios na era do Marketing 3.0: a era da participação, a era do paradoxo da globalização e a era da sociedade criativa”. A primeira dessas grandes forças, a era da participação, é resultado de um processo sócio-histórico de desenvolvimento, barateamento e espalhamento de tecnologias e mídias digitais em todas as camadas da sociedade, permitindo assim que todos os indivíduos com acesso a tais tecnologias e mídias possam expressar-se e colaborar na disseminação de informação e de conhecimento.
As mídias digitais comportam os diversos modos de armazenamento digital de dados e conteúdos eletrônicos, de texto, de áudio de jogos, de imagem e de vídeo. Essa categoria também contempla os dispositivos de armazenamento e os modelos de transmissão de informação e dados via canais digitais.
As mídias digitais estariam inseridas no que Santaella chamou de quarta e quinta gerações dos meios de comunicação, incluindo assim o surgimento da ciber-cultura, dos computadores pessoais ligados a redes teleinformáticas (quarta geração) [sendo que esses] foram muito rapidamente mesclados aos aparelhos de comunicação móveis (quinta geração).” São elas as plataformas responsáveis pela criação das mídias e redes sociais, ambientes propícios para a atuação do Marketing Digital.
Marketing de conteúdo
Trata-se de um universo bastante amplo de possibilidades, que abrange não apenas o marketing digital (área que contempla estratégias que se valem de táticas e ferramentas on-line), mas também o chamado marketing de conteúdo (branded content). Esse último apresenta infinitas derivações nas conversas e nos relacionamentos que as marcas vêm estabelecendo com seus públicos por diversos motivos, desde promover mais vendas resultados imediatos) até criar e fortalecer laços de engajamento (resultados que influenciam na perenidade da marca).
Assim sendo, as organizações que lançam mão do uso das mídias sociais como ferramentas para a implementação de suas estratégias de marketing estão presenciando a possibilidade de se manterem tecnologicamente atualizadas e mais próximas de seus públicos, como os nativos digitais, que estão vivenciando cada vez mais o uso da internet por meio de dispositivos móveis.
Fonte: Biblioteca híbrida: o QR Code e o movimento booktuber como recursos de promoção da literatura