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setembro 3, 2019

Recuperação da Informação das Bibliotecas Tradicionais às Bibliotecas Digitais

A evolução da biblioteca determinada por Landoni et alii (1993), citada no estudo de Ohira e Prado (2002) pode ser demarcada em três períodos distintos. No primeiro deles que vai desde Aristóteles até o início das bibliotecas automatizadas, a biblioteca se caracterizava por ter um espaço físico determinado, desenvolvendo serviços e produtos de forma mecânica, o suporte informacional se fixava em argila, papiro, pergaminho e o papel. Neste período, teve como grande marco a introdução dos catálogos em ficha, antes em livros.

O segundo momento refere-se às bibliotecas automatizadas ou informatizadas, quando passa a utilizar equipamentos eletrônicos para os serviços meios e fins como catalogação, indexação, organização do acervo.

Nesse período, fazia-se uso de alguns serviços on-line como consulta a bancos de dados e, por fim, a biblioteca contemporânea cuja marca principal é a internet, que dá uma dimensão de ciberespaço, com documentos em tela, transparentes às bibliotecas sem paredes.

Em todas as épocas, bibliotecas sempre foram dependentes da tecnologia da informação. A passagem dos manuscritos para a utilização de textos impressos, o acesso a base de dados bibliográficos armazenados nos grandes bancos de dados, o uso do CD-ROM e o advento da biblioteca digital, no final dos anos 90, altamente dependente das diversas tecnologias de informação, demonstram que, nos últimos 150 anos, as bibliotecas sempre acompanharam e venceram os novos paradigmas tecnológicos. (CUNHA 2000, p.75).

A mudança paradigmática se dá no suporte informacional que na biblioteca tradicional se limitava ao papel e, atualmente, na biblioteca digital, está no formato eletrônico. O espaço físico inexistente é outro fator determinante na mudança de paradigma. As bibliotecas digitais proporcionam o acesso on-line não somente dos catálogos como as bibliotecas automatizadas, mas a uma grande variedade de recursos eletrônicos. No entanto, cabe esclarecer que a tecnologia é meio, ou seja, é ferramenta para atingir objetivos, uma vez que tanto a atenção da biblioteca digital como da biblioteca tradicional consiste na informação e no usuário (SÁ, SOUZA, 2014).

Tecnologias de informação e comunicação

É certo que as tecnologias de informação e comunicação (TIC) atuam como parceiras diretas das bibliotecas que têm o foco na demanda informacional do usuário, pois contribui quando permitem a universalização e o acesso à informação. Nesse sentido, a bibliografia traz uma variedade de termos e conceitos relacionados às bibliotecas contemporâneas, as quais destacam-se: Biblioteca Virtual, Biblioteca Digital, Biblioteca Hibrida, Biblioteca Eletrônica que podem ser citados. Sá e Souza (2014) em seu artigo sobre biblioteca digital apresentam, após extenso estudo na bibliografia da área, conceitos sobre cada uma das bibliotecas. Eis a seguir:

a) Biblioteca Eletrônica (BE) é a representação de uma biblioteca multimídia, cujos materiais obedecem a diferentes formas e formatos ajustados às necessidades da sua comunidade de usuários […] [nela] nem todos os materiais estarão disponíveis para acesso através de redes digitais.
b) Biblioteca Virtual (BV) é aquela que não possui presença física e não possui material impresso[…] O acesso à informação é realizado através das redes a objetos digitais e poderá ser realizado em qualquer lugar e a qualquer instante[…]

Ao tratar da Biblioteca Digital, os pesquisadores foram buscar no Workshop on Distributed Knowledge Work Environments, (1997) a sua definição como “[..] um ambiente que reúne coleções, serviços e pessoas para apoiar todo o ciclo vital de criação, disseminação, uso e preservação de dados, informação e conhecimento”. Tal disseminação não se restringe a um ambiente específico e traz a possibilidade de multiplicar o alcance temporal e geográfico. Mas “para que o acesso a essas informações seja efetivamente viável, o sistema no qual elas estão armazenadas deve ser capaz de gerar processos que sejam interoperáveis com os sistemas que estão a sua volta” (SAYÃO, MARCONDES, 2008, p. 136). Falar a mesma linguagem, nesse caso, é condição para o processo de troca de informações.

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Considerando que os avanços tecnológicos aconteceram cada vez mais rápido, percebe-se, de forma desproporcional, as mudanças nas bibliotecas. Vendo sob a perspectiva de Landoni et alii (1993) enquanto a biblioteca tradicional atravessou séculos e séculos para chegar às bibliotecas automatizadas, do segundo período, estas avançaram rapidamente às bibliotecas eletrônicas, biblioteca virtual e biblioteca digital, entre outras.

Desse modo, não há como analisar a linha do tempo das bibliotecas, sem considerar as TIC em especial a Internet. “As mudanças tecnológicas reconfiguram os serviços bibliotecários, sobretudo com a introdução da web 3.0. Consequentemente, a instituição passa a ser denominada biblioteca 3.0[…].” (FURTADO, 2018). A Web1.0 caracteriza-se como estática, informativa, assincrônica, e tem como maior representação e-mail. Nesse perfil está a biblioteca automatizada que possui serviços e produtos desenvolvidos com auxílio de computadores.

Mídias sociais

A Web2.0, tem as mídias sociais como característica mais significativa por ser interativa, sincrônica, colaborativa, preocupa-se com o conteúdo e traz para junto de si o usuário que nesse momento beneficia-se das bibliotecas eletrônicas, digitais, virtuais pela possibilidade de opinar sobre o conteúdo dos documentos lidos assim como sobre os serviços oferecidos. Por fim, a atual Web3.0, nela a informação é devolutiva e personalizada, a partir de dados prévios. Exige do usuário um desprendimento quando da socialização de seus dados, preferências e necessidades (FURTADO, 2018).

O excesso de informação disponibilizado na internet, sem a obediência de um padrão específico, causou uma dificuldade de acesso “A internet ganhou muitos adeptos e expandiu de forma expressiva antes que convenções de como descrever dados fossem acordadas” (MARTINS; FERREIRA, 2012, p. 436). Os metadados, informações que descrevem a forma ou o conteúdo de uma fonte para sua futura recuperação, devem obedecer a uma construção que facilite a interoperabilidade entendida como uma condição para que haja comunicação nos sistemas de informação em rede.

Fonte: Os desafios da recuperação da informação na era digital