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abril 16, 2015

Tesauro e Ontologia: uma introdução

O tesauro é uma linguagem documentária caracterizada pela especificidade e pela complexidade existente no relacionamento entre os termos que comunicam o conhecimento especializado. A ontologia é um modelo de representação do conhecimento que, a exemplo do tesauro, é utilizada para representar e recuperar informação por meio de estruturas conceituais (no caso da ontologia o meio de ação é o informático).

Sintetizando as inúmeras definições de tesauros encontradas na literatura é possível enfatizar que tesauros são vocabulários controlados formados por termos (descritores) semanticamente relacionados, e atuam como instrumentos de controle terminológico. Os tesauros podem estar estruturados hierarquicamente (gêneroespécie e todoparte) e associativamente (aproximação semântica), e, são utilizados principalmente para indexar e recuperar informações por meio de seu conteúdo.

Um tesauro é um vocabulário controlado organizado em uma ordem preestabelecida e estruturado de modo que os relacionamentos de equivalência, de homografia, de hierarquia, e de associação entre termos sejam indicados claramente e identificados por indicadores de relacionamento padronizados empregados reciprocamente. As finalidades primordiais de um tesauro são: (a) facilitar a recuperação dos documentos e (b) alcançar a consistência na indexação dos documentos escritos ou registrados de outra forma e outros tipos, principalmente para sistemas de armazenamento e de recuperação de informação pós-coordenados (ANSI/NISO Z39.19, 2003)

As ontologias, que são aparatos desenvolvidos pela engenharia computacional, consistem em especificações formais que visam descrever estruturas conceituais de domínios específicos.

Para Gruber (1993a), ontologias são esquemas conceituais em sistemas da base de dados. Um esquema conceitual fornece uma descrição lógica de dados compartilhados, permitindo programas de aplicação e interoperabilidade entre as bases de dados. Uma ontologia define o vocabulário usado para compor expressões complexas. O objetivo da ontologia é viabilizar um comum acordo no uso do vocabulário compartilhado de uma maneira coerente e consistente. A definição mais difundida para ontologia no âmbito da representação do conhecimento é a de Gruber (1993b), a qual o autor afirma que uma ontologia é uma especificação formal e explícita de uma conceitualização compartilhada.

Ao entendimento do autor, ‘conceitualização’ se refere a um modelo abstrato dos fenômenos no mundo, identificando os conceitos relevantes daqueles fenômenos. O termo ‘formal’ se refere ao fato de que a ontologia deve ser legível por máquina; ‘explícito’ se justifica porque os tipos de conceitos usados e suas restrições de uso são definidos explicitamente; e ‘compartilhado’ reflete que a ontologia deve capturar o conhecimento consensual aceito pelas comunidades.

Guarino e Giaretta (1995) ressaltam que ontologia é uma teoria lógica que fornece um relato explícito e parcial de uma conceitualização, e, afirmam também que ontologia pode ser considerada sinônimo de conceitualização, ou seja, uma estrutura semântica intencional que codifica as regras implícitas, legitimando uma estrutura de uma parte da realidade. Guarino (1998) expõe que o termo ‘ontologia’ denota o resultado da atividade de análise conceitual que modela um domínio, realizada por meio de metodologias padrão.

Ding e Foo (2001) afirmam ser ontologia uma estrutura de termos que possibilita o compartilhamento de informações de determinado domínio do conhecimento, sendo que domínio pode também ser entendido como uma tarefa específica.

Segundo Noy e McGuinness (2005), uma ontologia é uma descrição explícita e formal de:

  1. conceitos em um domínio de discurso,
  2. propriedades de cada conceito descrevendo as características e atributos do conceito, e
  3. restrições sobre as propriedades.

Mais recentemente, em artigo que visa esclarecer questões referentes à construção e ao compartilhamento de ontologias, Sowa (2006) afirma que:

O objeto de estudo da ontologia é o estudo das categorias de coisas que existem ou podem existir em algum domínio. O produto deste estudo, conhecido como ontologia, é um catálogo dos tipos de coisas que se admite existir em um domínio do interesse D da perspectiva de uma pessoa que use uma língua L com a finalidade de falar sobre D. Os tipos na ontologia representam os predicados, os sentidos da palavra [termo], ou os tipos de conceito e relação da língua L quando usados para discutir tópicos no domínio D. Uma lógica não interpretada é ontologicamente neutra: Não impõe nenhuma restrição ao assunto ou à maneira em que o assunto é caracterizado. Por si só, a lógica não diz nada sobre qualquer coisa, mas a combinação da lógica com uma ontologia fornece uma língua que pode expressar relacionamentos sobre as entidades no domínio de interesse (Sowa, 1999, p. 12)

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